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27/06/2012
O fundamento bíblico da Primazia de Pedro - ( artigo, 6 vídeos e o filme completo em 2 partes)
Artigo escrito por Ir. Eduardo da Costa, LC




Artigo escrito por Ir. Eduardo da Costa, LC

                                                                                                                        Ir. Eduardo da Costa, LC
Uma das contendas que mais divide os Católicos dos Ortodoxos e dos evangélicos é a primazia do Bispo de Roma sobre todos os demais bispos do mundo. Em outras palavras, a questão da autoridade continua sendo hoje causa de divisão para os cristãos.
 
De fato, a experiência no trato com conversos ao catolicismo demonstra que, uma vez aceitada a autoridade de Roma, todas as demais divergências doutrinais são superadas com maior facilidade, como podem ser os sacramentos, Maria, os Santos, etc.
 
Portanto, um primeiro passo é explicar as palavras de Cristo em Mt 16, 16, quando confere as chaves do reino a Pedro e buscar o seu fundamento no Antigo Testamento. Um segundo passo, que não será tratado neste artigo, é explicar como foi entendida a primazia de Pedro pelos Padres da Igreja e pela comunidade cristã primitiva.
 
Para poder compreender a primazia de Pedro e a autoridade que lhe foi outorgada por Cristo, temos que ambientar-nos no contexto cultural judeu do tempo de Cristo e descobrir toda a profundidade das suas palavras em Mt 16, 17-19: "Bem-aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne ou sangue que te revelaram isto, e sim o meu Pai que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as portas do Inferno nunca prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus e o que ligares na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus.".
 
Cristo vivia em uma cultura monárquica, e as suas palavras nesta passagem devem ser compreendidas dentro deste contexto. Cristo é Rei, e em Mt 16 nomeia Pedro seu representante. Ao mesmo tempo em que evoca uma profecia de Isaías, onde o Rei Ezequias remove de Sobna as chaves da casa de Davi e as entrega ao seu novo sucessor Eliacim (Is 22, 22): "Porei sobre os seus ombros a chave da casa de Davi: quando ele abrir, ninguém fechará; quando ele fechar, ninguém abrirá.". Vejamos como esta profecia nos pode ajudar a compreender melhor estas palavras de Nosso Senhor e o significado das “chaves”.
 
Em primeiro lugar, recordemos que São Mateus escrevia o seu evangelho a um público judeu, que esperava a vinda do Messias para restaurar o reino davídico e liberar Israel do julgo romano. Isso explica porque neste evangelho, Jesus é apresentado como “Rei”. Esta palavra, por exemplo, aparece 17 vezes, direta ou indiretamente relacionada a Cristo, e a palavra “Reino” aparece 51 vezes. Sem dúvida, o evangelista Mateus quer ajudar-nos a abrir os olhos a uma realidade importante.
 
Eliacim (Cf. 2Re 18, 37) é o mordomo ou vizir do reino de Israel e Judá. Como de costume naquele tempo, todos os reinos possuíam um cargo administrativo análogo ao de primeiro-ministro que conhecemos hoje. Basta recordar também outra passagem do Antigo Testamento onde o Faraó constitui José administrador de todo Egito (Cf. Gn 41-47) e lhe confere todo poder exceto o seu próprio trono.
 
No reino de Israel não era diferente. Aquele que exercia este cargo levava como símbolo as chaves do reino, que representavam o poder do rei delegado a este funcionário real. No caso do Egito, o símbolo era um anel.
 
Agora, nenhum judeu que escutasse estas palavras de Is 22 ou de Mt 16 ficaria confundido sem saber o seu significado, muito pelo contrário, qualquer judeu ordinário que as escutasse, compreenderia perfeitamente de que se tratava. Cristo, sendo da linhagem de Davi (Mt 1, 1), é o sucessor legítimo do seu trono. Ele está estabelecendo o seu reinado messiânico, e evoca esta passagem para designar o seu vizir.
 
A analogia com o episódio de José também ilumina as palavras de Cristo em Mt 16. José foi escolhido pelo Faraó a causa de uma revelação divina. Também Cristo escolhe Simão por ter revelado a sua natureza divina "Tu es o Cristo, Filho do Deus Altíssimo". Paralelamente como José recebe um novo nome do Faraó para a sua nova incumbência, também Cristo, para significar a nova missão de Simão, lhe chama Pedro, "pedra", firme na fé como uma rocha para confirmar a todos os seus irmãos (Jo 21,15-17).
 
As chaves ainda hoje são símbolo de poder, se alguma vez você teve a experiência de perder as chaves da sua casa ou do seu carro entenderá bem porque existe esta relação entre poder e chaves. No contesto bíblico de Is 22 e Mt 16, as chaves são símbolo também de autoridade jurídica e doutrinal. Cristo é o detentor das chaves do Reino dos céus (Ap 3, 7-8) e, em Mt 16 as delega a Pedro, seu vigário. Um oráculo do Senhor anunciava que Eliacim receberia a autoridade do reino de Israel. Assim também no Novo Testamento, Cristo, fundando o seu Reino, restaura tanto o reino davídico quanto o ofício de vizir e confere a Pedro a autoridade para guiar visivelmente o povo da nova aliança.
 
Muitos aceitam que Cristo tenha conferido tal poder a Pedro. Porem, que dizer dos 264 papas que já sucederam a Pedro na sua cátedra. Também o atual Papa, Bento XVI, possui o poder das chaves?
 
Temos que compreender que a exemplo do reino de Israel e do Reino do Egito, vizir se tratava de um cargo, e caso estivesse vacante, um novo deveria ser eleito. É como se morresse o presidente do Brasil, todos nos preocuparíamos de imediato para que um novo presidente fosse eleito e continuasse a representar e governar o nosso país.
 
Evidentemente que Cristo, ao eleger Pedro como o seu vigário, não esperava que com a morte do apóstolo, no ano 64 da nossa era, desaparecesse o cargo. Pelo contrário, à medida que a Igreja crescia e se expandia, mais importante se tornava tal ministério, e não o oposto. A autoridade das chaves, portanto, continua a ser exercida pelo Papa.
 
Para fortalecer mais este argumento, analisemos o caso de Moisés. Ele recebeu uma revelação divina no monte Sinai e foi infalível no seu ensinamento. Deus lhe entregou os mandamentos e lhe deu autoridade para interpretá-los e para guiar o povo de Israel, sentado sobre a sua cátedra “julgando o povo todo o dia” (Ex 18, 13). Ofício que continuava no tempo de Cristo (MT 23, 1-3).
 
Igualmente Pedro, recebe uma revelação divina: “não foi carne ou sangue que te revelaram isto, e sim o meu Pai que está nos céus”, e Cristo lhe outorga as chaves e a autoridade para interpretar as Escrituras e guiar o povo da nova aliança. Assim o Papa ainda hoje, desde a cátedra de Pedro, continua a ensinar e guiar o povo de Deus.
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Tanto os israelitas da antiga aliança como os católicos, povo da nova aliança, reconhecem a autoridade da Sagrada Escritura e uma tradição legitimamente representada na autoridade posta por Deus. Ambos reconhecem uma hierarquia, e possuíam uma hierarquia antes de possuir a Sagrada Escritura (Antigo e Novo Testamento foram autoritativamente compilados em cânones). Ambos reconhecem o caráter sucessivo do ofício autoritativo de ensinar.
 
O Papa, Vigário de Cristo, exercitará sempre a autoridade das chaves assistido pelo Espírito Santo, e será sempre sinal visível da unidade cristã e da promessa de Cristo de acompanhar a sua Igreja até o fim dos tempos (Mt 28, 20).
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Fonte: “Veritatis Splendor
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