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"...não sairás de lá antes de ter pago o último centavo”. (Mt 5,25-26)
O Purgatório não é um lugar, mas sim, um estado de purificação em que as almas dos justos, que não se santificaram suficientemente neste mundo, hão de completar a sua purificação, “por intervenção do fogo”, para serem admitidas no Céu, “onde nada de impuro entrará” (Apocalipse 21,27).
É, pois, o lugar em que as almas dos que morrem na amizade de Deus (estado de graça), mas com alguma dívida, por culpas leves, ou por culpas graves já perdoadas, mas não suficientemente expiadas, se purificam inteiramente para entrar no Céu, a visão e posse de Deus. Ali gozarão para sempre da sua perfeita felicidade na glória celeste. Agora, só a alma. E depois da ressurreição da carne, unida ao próprio corpo.
Purgatório não se confunde, portanto com um terceiro caminho, como algumas pessoas erroneamente interpretam.
A Bíblia fala deste lugar de purificação?
Sim!
1) Na 1ª Epístola de São Paulo aos Coríntios cap.3, vers. 11-15, fala de um fogo que salva: “O fogo provará o trabalho de cada um (…) Se queimar, sofrerá ele os danos. Mas será salvo por intervenção do fogo”.( 1 Cor 3,11-15)
2) Fala de um perdão na outra vida – O próprio Jesus Cristo afirmou, no Evangelho de São Mateus cap.12 vers.32: “A todo o que disser uma palavra contra o Filho do Homem ser-lhe-á perdoada; ao que disser, porém, contra o Espírito Santo, não lhe será perdoada nem nesse mundo, nem no outro”. (Mt 12,32)
Jesus Cristo ensina, portanto, que há pecados que serão perdoados também no outro mundo, isto é, após a morte.
3) Fala de uma Prisão temporária – Jesus cristo, em São Mateus, exorta a reconciliação com os irmãos nesta vida para que “não suceda que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao seu ministro, e sejas posto em prisão”. Em verdade te digo: não sairás de lá antes de ter pago o último centavo”. (Mt 5,25-26)
É evidente que esta prisão temporária, lugar de perdão na outra vida, através de um fogo que purifica e salva, não pode ser o Céu, “onde nada de impuro entrará” (Apocalipse 21-27), nem inferno, “onde não há redenção” e o fogo é eterno (Mateus 25,41).
Purgatório, conforme a mente da escritura, é sinônimo de “prisão” passageira, cadeia ou de travessia de um “fogo” purificador (1 Coríntios 3,15). Não é punição nem castigo de Deus, mas uma exigência purificadora do próprio amor da criatura imperfeita, diante do amor perfeito de Deus (Isaías 33,14). É uma questão de justiça… “Esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça” (2 Pedro 3,13); (I Pedro 1,7).
Pela graça de Deus, o Purgatório não é inferno em miniatura, mas um estado de aperfeiçoamento final, rumo ao céu. Nele a pessoa se purifica do “… pecado que não é para a morte” (1 João 5,17) ou dos estragos do pecado perdoado, passando, então definitivamente, para a feliz eternidade da glória: “Porque não entrará nela (na Jerusalém Celeste) nada de imperfeição” (Apocalipse 21,27).
Só resta que esses textos se refiram a um lugar intermediário, transitório e de expiação, que a Igreja, com toda a propriedade, chama de Purgatório, embora esta palavra não esteja na Bíblia. Esta é sua realidade.
Temos que admitir, portanto, com a Bíblia, a existência desse "lugar de purificação" que a sabedoria de Deus, em sua ínfima bondade, inventou para conciliar as exigências da sua justiça divina com as da sua misericórdia. Estão, pois, em erro os que só admitem a existência do Céu e do Inferno, e por isso não rezam pelos mortos.
Podemos e devemos, pois, fazer orações e sacrifícios também pelos mortos em geral. Devemos rezar por todas as almas, porque não sabemos com certeza, quais estejam realmente precisando, e em condições de receber o mérito impetratório das nossas orações e sacrifícios oferecidos a Deus por elas. Estes, e sobretudo as Santas Missas que fizermos celebrar, não ficarão sem efeito. Pois Deus saberá aplicá-los às almas que mais estiverem precisando, além de ser para nós, ocasião de prestarmos a Deus as homenagens que Lhe devemos.
Embora o Purgatório não seja mencionado com este nome na Escritura (A Santíssima Trindade também não é e todos os Cristãos a professam como verdade Revelada). A sua realidade é incontestável.
PORQUE OS CATÓLICOS REZAM PELOS MORTOS
Porque a Bíblia ensina que é santo e salutar o pensamento de rezar pelos mortos?
No 2º livro dos Macabeus, capítulo 12, versículos 43 a 46: “(Judas Macabeu) Tendo feito uma coleta mandou duas mil dracmas de prata a Jerusalém para se oferecer um sacrifício pelo pecado. Obra bela e santa, inspirada pela crença na ressurreição, porque se ele não esperasse que os mortos haviam de ressuscitar, seria coisa supérflua e vã orar pelos defuntos. Ele considerava que aos falecidos na piedade está reservada uma grandíssima recompensa. SANTO E SALUTAR ESSE PENSAMENTO DE ORAR PELOS MORTOS, para que sejam livres dos seus pecados”.
Por isso, São Paulo, na 2ª Epístola a Timóteo, cap.1, vers.18, assim ora a Deus pelo amigo Onesíforo: “Que o Senhor lhe conceda a graça de obter misericórdia do Senhor naquele dia”.(2 Tm 1,18)
Nota: Comparando os vers. 15 a 18 do cap. 1º, com o vers.19 do cap.4º desta mesma Epístola, vê-se que Onesífero já era morto, porque nestes textos, São Paulo se refere nominalmente a outras pessoas, e quando seria o caso de nomear Onesíforo, seu grande amigo e benfeitor, ele não o faz, mas só se refere “à casa” e “à família de Onesíforo”. Daí se conclui que ele não era mais do número dos vivos. E São Paulo reza por ele, pedindo que o Senhor tenha dele misericórdia.
Mais uma oração pelos mortos: “Quando tu oravas com lágrimas e enterravas os mortos, quando deixavas a tua refeição e ias ocultar os mortos em tua casa durante o dia, para sepulta-los quando viesse a noite, eu apresentava as tuas orações ao Senhor”. (Tobias 12,12)
Lendo o livro de (Jó 1,18-20) podemos ver que seus filhos foram purificados pelo sacrifício oferecido pelo seu pai. Como duvidaremos de que nossas oferendas pelos mortos lhes proporcionem alívio? Portanto demos nossos sufrágios àqueles que já se foram e por eles ofereçamos nossas preces.
Ler ainda na Bíblia: (1 João 5,16-17), (Eclesiástico 38,16-24) e (Tobias 4,18).
Portanto, os católicos rezam pelos mortos, porque, com a Bíblia e toda a tradição, desde os tempos apostólicos, crêem na existência do Purgatório.
Se os mortos não interessam para os vivos, como se explica que aquele rico nos tormentos do inferno suplicasse a Abraão que enviasse Lázaro a seus cinco irmãos ainda vivos, para convencê-los a mudar de vida e evitar de virem, por sua vez, àquele local de tormento? (Lucas 16,27). Como podia Abraão ignorar o que se passava aqui na terra, visto que sabia terem os vivos Moisés e os profetas, isto é, seus livros, e que seguindo-se escapariam aos tormentos do inferno? Não sabia ele que o rico tinha vivido em delícias e que Lázaro, o pobre, vivera na penúria e sofrimento? Com efeito, disse: “- Filho, lembra-te de que recebestes teus bens em vida, e Lázaro por sua vez os males” (Lucas 16,25). Abraão estava pois a par dos fatos concernentes aos vivos, não aos mortos. Pode ser que estes fatos ele não podia os ter conhecido no momento em que ocorreram, mas após o falecimento dos dois, e sob as indicações do próprio Lázaro.
Condições do relacionamento entre os mortos e os vivos:
Convenhamos pois que os mortos ignoram os acontecimentos daqui da terra, pelo menos no momento mesmo em que eles se realizam. Podem vir a conhecê-los mais tarde, por aqueles que vão ao seu encontro, uma vez mortos. Por certo, não ficam conhecendo tudo, mas somente aquilo que lhes for autorizado de ser revelado e que eles tem necessidade de conhecer.
Os anjos, que velam sobre as coisas desse mundo, podem também lhes revelar alguns pontos julgados convenientes a cada um por aquele que tudo governa. Pois se os anjos não tivessem o poder de estarem presentes na morada dos vivos como na dos mortos, o senhor Jesus não teria dito: “Aconteceu que o pobre morreu e foi levado pelos anjos ao seio de Abraão.” (Lucas 16,22). Eles estão ora na terra ora no céu, visto que foi da terra que levaram aquele homem que Deus quis lhes confiar.
As almas dos mortos podem ainda conhecer, por revelações do Espírito Santo alguns acontecimentos aqui da terra, cujo conhecimento lhes é necessário. Não somente fatos passados ou presentes, mas até futuros. É assim que os homens – não todos – conheceram durante a sua vida mortal, não a totalidade das coisas, mas aquelas que a providencia divina julgava bom lhes revelar.
A sagrada escritura atesta que alguns mortos foram enviados a certas pessoas vivas; e reciprocamente, algumas pessoas foram até a morada dos mortos, assim Paulo foi arrebatado ao paraíso (1 Coríntios 12,2). E o profeta Samuel, após sua morte, apareceu a Saul ainda vivo e lhe predisse o futuro (1 Samuel 28,15-19). É verdade que alguns negam que tenha sido Samuel que apareceu, pois sua alma era refratária a tais procedimentos mágicos, como dizem. Foi conforme julgam, outro espírito, suscetível a essa arte maléfica que se revestiu de imagem semelhante a ele. Ora, o livro do Eclesiástico, atribuído a Jesus ben sirac ( que por causa de certas semelhanças de estilo podia ser mesmo de Salomão), relata-nos em elogio dos patriarcas que “Samuel profetizou mesmo depois de morrer” (Eclesiástico 46,23). O que não pode visar senão essa aparição de Samuel, defunto, a Saul. Poderia ser discutida a autoridade desse livro sob o pretexto que não se encontra no Cânon dos Hebreus?
Mas há outro texto que convida a admitir esse envio de mortos aos vivos: a passagem das aparições de Moisés, cujo Deuteronômio nos certifica da morte (Deuteronômio 34,5) e que apareceu vivo, como lemos no evangelho, com Elias que não morreu. (Mateus 17,3).
Como não sabemos exatamente o que acontece depois dessa vida, oramos pelos que morreram confiando na misericórdia do Deus que é Pai dos vivos e dos mortos. Não achamos perda de tempo, como alguns evangélicos dizem, nem inutilidade orar por um falecido porque cremos na comunhão dos santos e sabemos que Deus está em tudo e em todos, inclusive naqueles que já morreram. Nisso discordamos de outras igrejas que não acham necessário orar pelos mortos – ler (Apocalipse 6,9-11)
Há algumas pessoas que dizem que no céu está Jesus Cristo, mais ninguém, pois ele disse: “ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu, o filho do homem”. Nossa resposta simples é: mas é claro, antes de Jesus as portas do céu estavam fechadas realmente. Ao morrer, desceu à mansão dos mortos e levou para o céu todos os justos. Foi ele mesmo que disse ao bom ladrão: “hoje mesmo estarás comigo no paraíso”. Portanto, se ao subir ao céu, o Senhor levou o bom ladrão, já não está não mais sozinho. Todos daí para frente participam da glória reservada aos que fazem a vontade de Deus. (Mateus 27, 51-53) fala que neste dia muitos mortos ressuscitaram.
Para que flores e velas nos cemitérios?
As flores nada mais são do que a manifestação de que não permanecemos insensíveis, frios, rudes como pedras, diante da pessoa que parte.
Quem é inteligente saberá, realmente, tirar lições belíssimas das velas e das flores colocadas nas sepulturas, como diz a Bíblia: “o homem nascido da mulher é de bem poucos anos e cheio de inquietação. Sai como a flor e depois morre; desaparece como a sombra” (Jó 14,1-2) “A árvore seca, as flores caem, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente”(Isaías 40,8). “E o rico nas suas preocupações passará como a flor da erva” (Tiago 1,10). “Porque toda a carne é como erva, e toda glória do homem como flor do campo. Seca a planta e caí a sua flor” (1 Pedro 1-24-25).
Desta forma, velas acesas, no cemitério, e flores, embelezando as sepulturas, nos querem lembrar, por um lado, a alegria do céu, e por outro lado, o carinho e a saudade sentidos pela pessoa falecida, além da própria realidade passageira de nossa existência terrena.
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É, pois, o lugar em que as almas dos que morrem na amizade de Deus (estado de graça), mas com alguma dívida, por culpas leves, ou por culpas graves já perdoadas, mas não suficientemente expiadas, se purificam inteiramente para entrar no Céu, a visão e posse de Deus. Ali gozarão para sempre da sua perfeita felicidade na glória celeste. Agora, só a alma. E depois da ressurreição da carne, unida ao próprio corpo.
Purgatório não se confunde, portanto com um terceiro caminho, como algumas pessoas erroneamente interpretam.
A Bíblia fala deste lugar de purificação?
Sim!
1) Na 1ª Epístola de São Paulo aos Coríntios cap.3, vers. 11-15, fala de um fogo que salva: “O fogo provará o trabalho de cada um (…) Se queimar, sofrerá ele os danos. Mas será salvo por intervenção do fogo”.( 1 Cor 3,11-15)
2) Fala de um perdão na outra vida – O próprio Jesus Cristo afirmou, no Evangelho de São Mateus cap.12 vers.32: “A todo o que disser uma palavra contra o Filho do Homem ser-lhe-á perdoada; ao que disser, porém, contra o Espírito Santo, não lhe será perdoada nem nesse mundo, nem no outro”. (Mt 12,32)
Jesus Cristo ensina, portanto, que há pecados que serão perdoados também no outro mundo, isto é, após a morte.
3) Fala de uma Prisão temporária – Jesus cristo, em São Mateus, exorta a reconciliação com os irmãos nesta vida para que “não suceda que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao seu ministro, e sejas posto em prisão”. Em verdade te digo: não sairás de lá antes de ter pago o último centavo”. (Mt 5,25-26)
É evidente que esta prisão temporária, lugar de perdão na outra vida, através de um fogo que purifica e salva, não pode ser o Céu, “onde nada de impuro entrará” (Apocalipse 21-27), nem inferno, “onde não há redenção” e o fogo é eterno (Mateus 25,41).
Purgatório, conforme a mente da escritura, é sinônimo de “prisão” passageira, cadeia ou de travessia de um “fogo” purificador (1 Coríntios 3,15). Não é punição nem castigo de Deus, mas uma exigência purificadora do próprio amor da criatura imperfeita, diante do amor perfeito de Deus (Isaías 33,14). É uma questão de justiça… “Esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça” (2 Pedro 3,13); (I Pedro 1,7).
Pela graça de Deus, o Purgatório não é inferno em miniatura, mas um estado de aperfeiçoamento final, rumo ao céu. Nele a pessoa se purifica do “… pecado que não é para a morte” (1 João 5,17) ou dos estragos do pecado perdoado, passando, então definitivamente, para a feliz eternidade da glória: “Porque não entrará nela (na Jerusalém Celeste) nada de imperfeição” (Apocalipse 21,27).
Só resta que esses textos se refiram a um lugar intermediário, transitório e de expiação, que a Igreja, com toda a propriedade, chama de Purgatório, embora esta palavra não esteja na Bíblia. Esta é sua realidade.
Temos que admitir, portanto, com a Bíblia, a existência desse "lugar de purificação" que a sabedoria de Deus, em sua ínfima bondade, inventou para conciliar as exigências da sua justiça divina com as da sua misericórdia. Estão, pois, em erro os que só admitem a existência do Céu e do Inferno, e por isso não rezam pelos mortos.
Podemos e devemos, pois, fazer orações e sacrifícios também pelos mortos em geral. Devemos rezar por todas as almas, porque não sabemos com certeza, quais estejam realmente precisando, e em condições de receber o mérito impetratório das nossas orações e sacrifícios oferecidos a Deus por elas. Estes, e sobretudo as Santas Missas que fizermos celebrar, não ficarão sem efeito. Pois Deus saberá aplicá-los às almas que mais estiverem precisando, além de ser para nós, ocasião de prestarmos a Deus as homenagens que Lhe devemos.
Embora o Purgatório não seja mencionado com este nome na Escritura (A Santíssima Trindade também não é e todos os Cristãos a professam como verdade Revelada). A sua realidade é incontestável.
PORQUE OS CATÓLICOS REZAM PELOS MORTOS
Porque a Bíblia ensina que é santo e salutar o pensamento de rezar pelos mortos?
No 2º livro dos Macabeus, capítulo 12, versículos 43 a 46: “(Judas Macabeu) Tendo feito uma coleta mandou duas mil dracmas de prata a Jerusalém para se oferecer um sacrifício pelo pecado. Obra bela e santa, inspirada pela crença na ressurreição, porque se ele não esperasse que os mortos haviam de ressuscitar, seria coisa supérflua e vã orar pelos defuntos. Ele considerava que aos falecidos na piedade está reservada uma grandíssima recompensa. SANTO E SALUTAR ESSE PENSAMENTO DE ORAR PELOS MORTOS, para que sejam livres dos seus pecados”.
Por isso, São Paulo, na 2ª Epístola a Timóteo, cap.1, vers.18, assim ora a Deus pelo amigo Onesíforo: “Que o Senhor lhe conceda a graça de obter misericórdia do Senhor naquele dia”.(2 Tm 1,18)
Nota: Comparando os vers. 15 a 18 do cap. 1º, com o vers.19 do cap.4º desta mesma Epístola, vê-se que Onesífero já era morto, porque nestes textos, São Paulo se refere nominalmente a outras pessoas, e quando seria o caso de nomear Onesíforo, seu grande amigo e benfeitor, ele não o faz, mas só se refere “à casa” e “à família de Onesíforo”. Daí se conclui que ele não era mais do número dos vivos. E São Paulo reza por ele, pedindo que o Senhor tenha dele misericórdia.
Mais uma oração pelos mortos: “Quando tu oravas com lágrimas e enterravas os mortos, quando deixavas a tua refeição e ias ocultar os mortos em tua casa durante o dia, para sepulta-los quando viesse a noite, eu apresentava as tuas orações ao Senhor”. (Tobias 12,12)
Lendo o livro de (Jó 1,18-20) podemos ver que seus filhos foram purificados pelo sacrifício oferecido pelo seu pai. Como duvidaremos de que nossas oferendas pelos mortos lhes proporcionem alívio? Portanto demos nossos sufrágios àqueles que já se foram e por eles ofereçamos nossas preces.
Ler ainda na Bíblia: (1 João 5,16-17), (Eclesiástico 38,16-24) e (Tobias 4,18).
Portanto, os católicos rezam pelos mortos, porque, com a Bíblia e toda a tradição, desde os tempos apostólicos, crêem na existência do Purgatório.
Se os mortos não interessam para os vivos, como se explica que aquele rico nos tormentos do inferno suplicasse a Abraão que enviasse Lázaro a seus cinco irmãos ainda vivos, para convencê-los a mudar de vida e evitar de virem, por sua vez, àquele local de tormento? (Lucas 16,27). Como podia Abraão ignorar o que se passava aqui na terra, visto que sabia terem os vivos Moisés e os profetas, isto é, seus livros, e que seguindo-se escapariam aos tormentos do inferno? Não sabia ele que o rico tinha vivido em delícias e que Lázaro, o pobre, vivera na penúria e sofrimento? Com efeito, disse: “- Filho, lembra-te de que recebestes teus bens em vida, e Lázaro por sua vez os males” (Lucas 16,25). Abraão estava pois a par dos fatos concernentes aos vivos, não aos mortos. Pode ser que estes fatos ele não podia os ter conhecido no momento em que ocorreram, mas após o falecimento dos dois, e sob as indicações do próprio Lázaro.
Condições do relacionamento entre os mortos e os vivos:
Convenhamos pois que os mortos ignoram os acontecimentos daqui da terra, pelo menos no momento mesmo em que eles se realizam. Podem vir a conhecê-los mais tarde, por aqueles que vão ao seu encontro, uma vez mortos. Por certo, não ficam conhecendo tudo, mas somente aquilo que lhes for autorizado de ser revelado e que eles tem necessidade de conhecer.
Os anjos, que velam sobre as coisas desse mundo, podem também lhes revelar alguns pontos julgados convenientes a cada um por aquele que tudo governa. Pois se os anjos não tivessem o poder de estarem presentes na morada dos vivos como na dos mortos, o senhor Jesus não teria dito: “Aconteceu que o pobre morreu e foi levado pelos anjos ao seio de Abraão.” (Lucas 16,22). Eles estão ora na terra ora no céu, visto que foi da terra que levaram aquele homem que Deus quis lhes confiar.
As almas dos mortos podem ainda conhecer, por revelações do Espírito Santo alguns acontecimentos aqui da terra, cujo conhecimento lhes é necessário. Não somente fatos passados ou presentes, mas até futuros. É assim que os homens – não todos – conheceram durante a sua vida mortal, não a totalidade das coisas, mas aquelas que a providencia divina julgava bom lhes revelar.
A sagrada escritura atesta que alguns mortos foram enviados a certas pessoas vivas; e reciprocamente, algumas pessoas foram até a morada dos mortos, assim Paulo foi arrebatado ao paraíso (1 Coríntios 12,2). E o profeta Samuel, após sua morte, apareceu a Saul ainda vivo e lhe predisse o futuro (1 Samuel 28,15-19). É verdade que alguns negam que tenha sido Samuel que apareceu, pois sua alma era refratária a tais procedimentos mágicos, como dizem. Foi conforme julgam, outro espírito, suscetível a essa arte maléfica que se revestiu de imagem semelhante a ele. Ora, o livro do Eclesiástico, atribuído a Jesus ben sirac ( que por causa de certas semelhanças de estilo podia ser mesmo de Salomão), relata-nos em elogio dos patriarcas que “Samuel profetizou mesmo depois de morrer” (Eclesiástico 46,23). O que não pode visar senão essa aparição de Samuel, defunto, a Saul. Poderia ser discutida a autoridade desse livro sob o pretexto que não se encontra no Cânon dos Hebreus?
Mas há outro texto que convida a admitir esse envio de mortos aos vivos: a passagem das aparições de Moisés, cujo Deuteronômio nos certifica da morte (Deuteronômio 34,5) e que apareceu vivo, como lemos no evangelho, com Elias que não morreu. (Mateus 17,3).
Como não sabemos exatamente o que acontece depois dessa vida, oramos pelos que morreram confiando na misericórdia do Deus que é Pai dos vivos e dos mortos. Não achamos perda de tempo, como alguns evangélicos dizem, nem inutilidade orar por um falecido porque cremos na comunhão dos santos e sabemos que Deus está em tudo e em todos, inclusive naqueles que já morreram. Nisso discordamos de outras igrejas que não acham necessário orar pelos mortos – ler (Apocalipse 6,9-11)
Há algumas pessoas que dizem que no céu está Jesus Cristo, mais ninguém, pois ele disse: “ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu, o filho do homem”. Nossa resposta simples é: mas é claro, antes de Jesus as portas do céu estavam fechadas realmente. Ao morrer, desceu à mansão dos mortos e levou para o céu todos os justos. Foi ele mesmo que disse ao bom ladrão: “hoje mesmo estarás comigo no paraíso”. Portanto, se ao subir ao céu, o Senhor levou o bom ladrão, já não está não mais sozinho. Todos daí para frente participam da glória reservada aos que fazem a vontade de Deus. (Mateus 27, 51-53) fala que neste dia muitos mortos ressuscitaram.
Para que flores e velas nos cemitérios?
As flores nada mais são do que a manifestação de que não permanecemos insensíveis, frios, rudes como pedras, diante da pessoa que parte.
Quem é inteligente saberá, realmente, tirar lições belíssimas das velas e das flores colocadas nas sepulturas, como diz a Bíblia: “o homem nascido da mulher é de bem poucos anos e cheio de inquietação. Sai como a flor e depois morre; desaparece como a sombra” (Jó 14,1-2) “A árvore seca, as flores caem, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente”(Isaías 40,8). “E o rico nas suas preocupações passará como a flor da erva” (Tiago 1,10). “Porque toda a carne é como erva, e toda glória do homem como flor do campo. Seca a planta e caí a sua flor” (1 Pedro 1-24-25).
Desta forma, velas acesas, no cemitério, e flores, embelezando as sepulturas, nos querem lembrar, por um lado, a alegria do céu, e por outro lado, o carinho e a saudade sentidos pela pessoa falecida, além da própria realidade passageira de nossa existência terrena.
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Fonte: Pe. Rodrigo Maria
- Ofício das Benditas Almas do Purgatório
- As 15 Orações de Santa Brigida
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