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04/02/2017
A morte e sua origem
A morte, na atual ordem de salvação, é conseqüência primitiva do pecado.




A morte, na atual ordem de salvação, é conseqüência primitiva do pecado.

Morte de um justo

NOVÍSSIMOS:
Os novíssimos são ligados aos destinos finais do homem: morte, juízo, inferno ou paraíso. É muito importante conhecer a posição da Igreja sobre estes temas, para não confundir, por exemplo, o final dos tempos que estamos agora vivendo, com o fim do mundo que ninguém sabe quando acontecerá.

De fato, no dia do Juízo Final, acontecerá também o final deste mundo em quem vivemos, mundo maus e cheio de corrupção, para dar lugar ao Reino de Jesus, os Novos Céus nova Terra, onde viverão apenas os santos.

E não se trata de outra terra, mas desta que será totalmente renovada, num novo mundo. O planeta terra não será tão logo exterminado por Deus, mas com certeza, até isso um dia acabará. Mas como Jesus falou: o dia só o Pai sabe.
(A matéria que segue foi compilada por Décio Antônio Paganini
)
                                                                                                                                                 
1. A MORTE E SUA ORIGEM
A morte, na atual ordem de salvação, é conseqüência primitiva do pecado.

O Concílio de Trento (1545-1563), sob Paulo III (1534-1549), ensina:

"Se alguém não confessa que o primeiro homem, Adão, ao transgredir o mandamento de Deus no paraíso, perdeu imediatamente a Santidade e Justiça em que havia sido constituído e incorreu por ofensa... na morte com que Deus antes havia amenizado... que toda pessoa de Adão foi mudada para pior, seja excomungado."

Ainda que o homem seja mortal por natureza, já que seu ser é composto de partes distintas, por revelação sabemos que Deus dotou o homem, no paraíso, do Dom pré-natural da imortalidade do corpo. Mas por castigo, ao quebrar a ordem Divina, ficou condenado a morrer.

Sagradas Escrituras:
Gn 2,17: "Adão havia sido ameaçado: 'O dia que comeres daquele fruto, morrerás...'".
Rm 5,12: "Por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte..."

2. O CÉU (PARAÍSO)
As almas dos justos que no instante da morte se acham livres de toda culpa e pena de pecado entram no céu. Benedito XII (1334-1342), pela Constituição "Benedictus Deus", de 29 de Janeiro de 1336, proclama:

"Por esta constituição que há de valer para sempre e por autoridade apostólica definimos... que segundo a ordenação de Deus, as almas completamente purificadas entram no céu e contemplam imediatamente a essência divina, vendo-a face a face, pois a referida Divina essência lhes é manifestada imediata e abertamente, de maneira clara e sem véus, e as almas em virtude dessa visão e esse gozo, são verdadeiramente ditosas e terão vida eterna e eterno descanso" (Dz. 530).

Também o Símbolo apostólico declara: "Creio na vida eterna" (Dz. 6 e 9).

Sagradas Escrituras:
Jesus representa a felicidade do céu sob a imagem de um banquete de bodas: "...enquanto iam comprá-lo, chegou o noivo, e as que estavam preparadas entraram com o noivo ao banquete de boda, e a porta foi fechada" (Mt. 25,10).

A condição para alcançar a vida eterna é conhecer a Deus e a Cristo: "Esta é a vida eterna, que te conheçam a Ti, único Deus verdadeiro e a Teu enviado Jesus Cristo." (Jo 17,3).

"Bem-aventurados os limpos de coração porque eles verão a Deus." (Mt 5,8).

"Nem o olho viu e nem o ouvido ouviu segundo a inteligência humana, o que Deus preparou para os que Lhe amam." (1Cor 2,9).

A vida eterna consiste na visão de Deus: "Seremos semelhantes a Ele porque O veremos tal qual é..." (Jo 5,13).

Os atos que integram a felicidade celestial são de entendimento, e este por um Dom sobrenatural "lumen gloriae" é capacitado para o ato da visão de Deus (Sl 35,10; Ap 22,5) de amor e gozo.

3. O INFERNO
As almas dos que morrem em estado de pecado mortal vão ao inferno. Benedito XII (1334-1342), na Constituição "Benedictus Deus", de 29.01.1336, declara:

"Segundo a comum ordenação de Deus, as almas dos que morrem em pecado mortal, imediatamente depois da morte, baixam ao inferno, onde são atormentadas com suplícios infernais." (Dz. 531).

O inferno é um lugar de eterno sofrimento onde se acham as almas dos réprobos. Negam a existência do inferno aqueles que não acreditam na imortalidade pessoal (materialismo).

Sagradas Escrituras:
Jesus ameaça com o castigo do inferno: "Se teu olho direito é causa de pecado, retira-o e afasta-o de ti; muito mais te convém que percas um de teus membros do que tenhas todo o corpo jogado na geena..." (Mt 5,29).

"E não temais aos que matam o corpo e não podem atingir a alma; temais bem mais àquele que pode levar a alma e o corpo à perdição, destinando-os à geena..." (Mt 10,28).

"Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, que percorreis mar e terra para fazer um prosélito, e quando chegais a fazê-lo, o fazeis filho da condenação ao dobro de vós mesmos!" (Mt 23,15).

Trata-se de fogo eterno: "Então dirá também aos de sua esquerda: 'Afastai-vos de mim, malditos, ao fogo eterno preparado para o diabo e seus anjos...'" (Mt 25,41).
E de suplicio eterno: "E irão estes a um castigo eterno, e os justos a uma vida eterna." (Mt 25,46).

São Paulo, em 2Ts 1,9, afirma: "Serão castigados à eterna ruína, longe da face do Senhor e da glória de Seu poder..."

São Justino, funda o castigo do inferno na idéia da Justiça Divina, a qual não pode deixar impune aos transgressores da Lei.

4. O PURGATÓRIO
As almas dos justos que no instante da morte estão agravadas por pecados veniais ou por penas temporais devidas pelo pecado vão ao purgatório. O purgatório é estado de purificação. O II Concílio de Leão (1274), sob Gregório X (1271-1276), afirma:

"As almas que partiram deste mundo em caridade com Deus, com verdadeiro arrependimento de seus pecados, antes de ter satisfeito com verdadeiros frutos de penitência por seus pecados de atos e omissão, são purificadas depois da morte com as penas do purgatório..." (Dz. 464).

Sagradas Escrituras:
Ensinam indiretamente a existência do purgatório concedendo a possibilidade da purificação na vida futura.

Os judeus oraram pelos caídos, aos quais se haviam encontrado objetos consagrados aos ídolos, afim de que o Senhor perdoasse seus pecados: "Por isso mandou fazer este sacrifício expiatório em favor dos mortos para que ficassem liberados do pecado..." (2Mc 12,46).

"Quem falar contra o Espirito Santo não será perdoado nem neste tempo nem no vindouro...".

Para São Gregório Magno, esta última frase indica que as culpas podem ser perdoadas neste mundo e também no futuro. A existência do Purgatório se prova especulativamente pela Santidade e Justiça de Deus. Esta exige que apenas as almas completamente purificada sejam exibidas no céu; Sua Justiça reclama que sejam pagos os restos de penas pendentes, e por outro lado, proíbe que as almas unidas em caridade com Deus, sejam atiradas ao inferno. Por isso se admite um estado intermediário que purifique e de duração limitada.

5. O FIM DO MUNDO E A SEGUNDA VINDA DE CRISTO
No fim do mundo, Cristo, rodeado de majestade, virá de novo para julgar os homens. O Símbolo Niceno-Constantinopolitano, aprovado pelo I Concílio de Constantinopla (381), sob São Dâmaso (366-384), declara:

"...e outra vez deverá vir com glória para julgar aos vivos e aos mortos... " (Dz. 86).
Sagradas Escrituras:

Jesus predisse muitas vezes sua segunda vinda: "porque o Filho do homem há de vir na glória de Seu Pai, com seus anjos, e então cada um pagará segundo sua conduta..." (Mt 16,27).

"Porque quem se envergonhar de Mim e de Minhas palavras nesta geração adúltera e pecadora, também o Filho do Homem dele se envergonhará quando vier na glória de Seu Pai com os Santos Anjos..." (Mc 8,38; Lc. 9,26).

"O Filho do homem há de vir na glória de Seu Pai com Seus anjos, e então julgará a cada um segundo suas obras..." (Mt 24,30; cf. Dn 7,13).

"A finalidade da Segunda vinda será ressuscitar os mortos e dar a cada um o que merece..." (2Ts 1,8).

"Por isso devemos ser encontrados 'irrepreensíveis'..." (1Cor 1,8; 1Ts 3,13).

Sinais precursores da segunda vinda:
Pregação do Evangelho por todo o mundo: "Esta Boa Nova do Reino deverá ser proclamada no mundo inteiro, para dar testemunho a todas as nações. E então, virá o fim..." (Mt 21,14). "E é preciso que antes seja proclamada a Boa Nova a todas as nações..." (Mc 13,10).

A conversão dos judeus: "Então não quero que ignoreis, irmãos, este mistério, que não ocorra que vos presumais de sábios, o amadurecimento parcial que sobreveio a Israel, perdurará até entre a totalidade dos gentios, e assim todo Israel será salvo, como diz a Escritura: Virá de Sion o Libertador, afastará de Jacó as impiedades. E esta será Minha Aliança com eles quando tenham apagado seus pecados... " (Rm 11,25-27; totalidade moral).

A apostasia da fé: "Jesus lhes respondeu: Olhai para que ninguém vos engane, porque virão muitos usurpando Meu nome e dizendo 'Eu sou o Cristo', e enganarão a muitos..." (Mt 24,4; falsos profetas). "Que ninguém os engane de nenhuma maneira. Primeiro deverá vir a apostasia e manifestar-se o homem ímpio, o filho de perdição, o adversário que se eleva sobre tudo o que leva o nome de Deus, ou é objeto de culto, até o extremo de sentar-se ele mesmo no Santuário de Deus e proclamar que ele mesmo é Deus..." (2Ts 2,3; apostasia da fé Cristã).

Antes da apostasia, manifestar-se-á o Anticristo: "Antes da apostasia, se manifestará o homem com iniquidade..." (2Ts 2,3; pessoa determinada a ser o instrumento de Satã).
Grandes calamidades: enchentes, calamidades ou catástrofes naturais serão o prelúdio da vinda do Senhor: "Imediatamente depois da tribulação daqueles dias, o sol se escurecerá, a lua não dará seu resplendor, as estrelas cairão do céu e as forças dos céus serão sacudidas..." (Mt 24,29, cf. Is 13,10: "Quando as estrelas do céu e a constelação de Orion já não iluminarem, e o sol estiver obscurecido, e não brilhe a luz da lua...").

6. A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS NO ÚLTIMO DIA
É declarado pelo Símbolo "Quicumque" (chamado também "Atanasiano"). De fato, este símbolo alcançou tanta autoridade na Igreja, ocidental como oriental, que entrou no uso litúrgico e deve ser tida por verdadeira a definição de fé:

"...É pois, a fé certa que cremos e confessamos que ... e à Sua vinda, todos os homens deverão ressuscitar com seus corpos..." (Dz. 40).

Também o Símbolo Apostólico confessa: "creio ... na ressurreição da carne..."
Sagradas Escrituras:

Jesus contesta aos saduceus: "na ressurreição nem se casarão nem se darão em casamento, pois serão como anjos..." (Mt 22,29).

"E sairão, os que tiveram bons trabalhos, para a ressurreição da vida, e os que trabalharam mal, para a ressurreição do juízo..." (Mt 22,29).

"Aos que crêem em Jesus e comem de Seu corpo e bebem de Seu sangue, Ele lhes promete a ressurreição..." (Jo 6,39).

"Eu sou a ressurreição e a vida..." (Jo 11,25).

A razão iluminada pela fé prova a conveniência da ressurreição:
Pela perfeição da Redenção obrada por Cristo.

Pela semelhança que tem com Cristo os membros de seu Corpo místico.

O Corpo humano Santificado pela Graça, especialmente pela Eucaristia.

7. O JUÍZO UNIVERSAL
Cristo, depois de seu retorno, julgará a todos os homens. É o que expressa o Símbolo "Quicumque":

É, pois a fé certa que cremos e confessamos que ... dali haverá de vir a julgar os vivos e os mortos..."

Sagradas Escrituras:
Jesus toma a miúdo como motivo de sua pregação o dia do juízo: "por isso vos digo que no dia do Juízo haverá menos rigor para Tiro e Sidon que para vós..." (Mt 11, 22).
"O Filho do homem há de vir em toda glória de seu Pai, com seus anjos, e então julgará a cada uno segundo suas obras." (Mt 16,27).

"Jesus Cristo foi instituído por Deus como juiz dos vivos e dos mortos." (At 10,42).

Observações:
Há uma grande controvérsia relacionada ao 2º Advento, o fim dos tempos e o Juízo Universal. Discorrer sobre esta matéria é entrar em um caminho espinhoso, que tem milhares de intérpretes, de posições inarredáveis, e por isso de imensas confusões.

 É que algumas pessoas dizem que depois do Juízo final virá o fim da terra, o que não pode ser correto, pois onde ficaria a promessa de Deus dos “Novos Céus e Nova terra” (Is 65)? Deus teria falhado redondamente em seu projeto para o homem, se não lhe desse a chance de reconquistar o paraíso, também aqui na terra.

Todo nosso trabalho voltado para as almas e a salvação eterna, tem sido agraciado com um número muito grande revelações e baseado nelas, nós podemos afirmar com bastante precisão e segurança:

1 – Haverá proximamente esta Segunda Vinda de Jesus agora na glória;
2 – Jesus virá como Juiz, para o Juízo Universal e final, de todas as pessoas, vivas e falecidas. Então acontecerá assim:
A – Todas as pessoas já falecidas irão receber seus corpos, estejam onde estiverem, no céu ou no inferno.
A1 - Os bons receberão corpos glorificados e esplendorosos, de acordo com a sua graça.
A2 - Os que estão no inferno receberão corpos putrefatos, de acordo com seu pecado. Ambos já tinham o seu destino traçado, eterno, e não haverá mais mudança de condição. Disso se deduz que ambos estavam já nos locais eternos, mas sem seus corpos, somente em espírito, embora no céu já tenhamos muitos glorificados, com seus corpos.
B  – Entre os vivos naquele dia, haverá duas condições distintas:
B1 – Os que estiverem em estado de graça, receberão naquele momento seu corpo de carne espiritualizada, para iniciarem, felizes, Os Novos Céus, Nova terra.
B2 – Os que ainda estiverem em pecado, não receberão imediatamente seu corpo perfeito, mas deverão pagar ainda na terra, pelas suas faltas, e somente depois de purificados, também eles receberão seus corpos glorificados, para viverem a felicidade ainda aqui.
Naturalmente que o Purgatório será extinto naquele dia do Juízo, e não haverá mais outro juízo adiante, porque as pessoas que habitarem a terra, como seus corpos santos e puros, não mais pecarão gravemente – só pequenas imperfeições – imediatamente corrigidas. Não há lógica então em novo julgamento, nem mesmo particular, porque serão santos perfeitos e a não haverá mais morte, apenas passagem desta para outra vida.
Deixamos para meditar o texto de São Paulo aos Coríntios, em 1 Cor15:

50 O que afirmo, irmãos, é que nem a carne nem o sangue podem participar do Reino de Deus; e que a corrupção não participará da incorruptibilidade. 51 Eis que vos revelo um mistério: nem todos morreremos, mas todos seremos transformados, 52 num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta (porque a trombeta soará). Os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. 53 É necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que este corpo mortal se revista da imortalidade. 54 Quando este corpo corruptível estiver revestido da incorruptibilidade, e quando este corpo mortal estiver revestido da imortalidade, então se cumprirá a palavra da Escritura: 55 A morte foi tragada pela vitória (Is 25,8). Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão (Os 13,14)? 56 Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei.

(Aarão)
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Fonte: " Recados do Aarão"

 

 



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